A Teologia Negra da Libertação, sistematizada em meados do século XX, constitui-se a partir da experiência afrodiaspórica nas Américas e no contexto de protesto contra o colonialismo na África. Orientada pelos princípios de Libertação e Justiça, essa teologia correlaciona mensagem cristã com situação histórico-cultural, objetivando uma transformação concreta na história ao engajar-se na luta antirracista. A partir da constatação da crítica teológica negra à pretensa universalidade da teologia euro-ocidental, tomamos como objetivo analisar o potencial correlativo entre a teoria decolonial e a Teologia Negra da Libertação, considerando as situações históricas que condicionam a hermenêutica de ambas, sobretudo no que diz respeito à relação entre modernidade, religião e colonialidade. Para tal, recorremos a autores como Paul Tillich e Claude Geffré, no que se refere à compreensão dos teóricos mencionados sobre a condição hermenêutica da teologia, sintetizada no “método de correlação” e na concepção de “virada hermenêutica”, respectivamente.
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