Esta obra é a resposta a uma pergunta feita ainda em 1997, quando se tornou impossível continuar tratando utensílios e fragmentos de vidro de forma secundária, na análise dos contextos arqueológicos históricos. Em 1999 saiu a primeira tentativa de diálogo sobre o assunto, quando a obra foi tornada publica pela primeira vez, por ocasião do congresso bienal de Arqueologia da Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB), realizado no Recife. Naquela ocasião tivemos a oportunidade de discutir, com outros arqueólogos, a respeito deste trabalho, incorporando ao texto considerações tecidas durante o evento. Em 2005 e 2011 o trabalho passou por importantes transformações, reavaliadas agora, por ocasião da publicação, pela EdUfs, de uma obra mais madura, mas que não perdeu seu motivador inicial: o que fazer com os vidros arqueológicos? Escrita com a intenção de ser uma espécie de manual, pois a obra procura colocar quais são alguns dos procedimentos basilares para a curadoria, análise e interpretação dos utensílios de vidro, a obra se dedica com vigor ao entendimento das tecnologias e técnicas de confecção do vidro ao longo do tempo. Seguia-se, assim, linha estabelecida desde o início dos anos 1970 no âmbito da Arqueologia anglo-saxã. Por outro lado, o livro inova ao abordar, contextualmente, fluxos de importação de objetos e a produção vidreira nacional, esta última determinante para a formação dos contextos arqueológicos brasileiros desde, pelo menos, o último quartel do século XIX. Indo além, tanto a proposição da análise técnica quanto a contextualização do consumo e produção do vidro no Brasil foram testadas durante alguns trabalhos arqueológicos, apresentados como estudos de caso no final da obra. Finalmente, lançaram-se algumas propostas as quais ainda aguardam a verificação de sua viabilidade por outros arqueólogos, jovens de idade e/ou de espírito, entusiastas em decifrar fórmulas, funções e significados de mais e mais cacos descobertos.
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