O livro conta a história da atuação do Comitê para Democratização da Informática (CDI) em Sergipe. Trata-se de um estudo sobre uma Organização não governamental (ONG), que objetivava promover a educação informal através das chamadas Escolas de Informática e Cidadania (EICs), utilizando para isso o computador, com vistas a uma inclusão digital e, por meio dela, a promoção de mudanças sociais. Nestes espaços, aprender informática para obter um emprego passou a se desdobrar em outras ações, que envolveram mobilização e organização em torno do reivindicar de políticas públicas para a garantia de direitos das comunidades em que o CDI esteve inserido. A pesquisa compreendeu o período que vai de 1998, quando o CDI começou as atividades em Sergipe, até 2011, quando a ONG parou de funcionar no estado. O estudo foi norteado por procedimentos de história oral, no qual entrevistas foram realizadas com os atores envolvidos na construção do CDI Sergipe. Além disto, a investigação utilizou documentos variados, tais como: registros contábeis, monografias, jornais, atas, o projeto pedagógico, manuais e material didático elaborados pela própria ONG. Foram contextualizados conceitos de “cibercultura” e “ciberespaço” como um processo de comunicação virtual de vários fenômenos sociais relacionados à internet, aos meios de comunicação e às Tecnologias de Informação e Conhecimento. De acordo com Pierre Lévy, a técnica é uma das dimensões fundamentais onde está em jogo a transformação do mundo humano por ele mesmo. A incidência cada vez mais real das telecomunicações sobre todos os aspectos da vida social, e também os deslocamentos menos visíveis que ocorreram na esfera intelectual obrigam-nos a reconhecer a técnica como um dos mais importantes temas filosóficos e políticos de nosso tempo. Assim, o uso da técnica utilizada na EICs começou a ser estruturada de forma a se criar uma metodologia para ensinar a utilizar o computador com exemplos do próprio cotidiano da comunidade. No caso do CDI-Sergipe, com o tempo, os alunos foram motivados a serem agentes multiplicadores, atuando como professores e aplicando o que aprenderam. Observamos que o CDI possuía importantes patrocinadores que possibilitaram massificar a sua marca e torná-lo uma franquia social. Ao estudar a ONG e suas EICs, a pesquisa espera contribuir para a incipiente historiografia da educação digital em Sergipe.
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