Este livro prolonga um dos vários temas instigantes da grande área do cinema: a crítica como formadora de um posicionamento político diante do audiovisual e sua percepção. A crítica humanista, bem dizendo, que teve seus últimos fôlegos também no período estudado. Sem desligar-se da formação que compôs um diversificado panorama pós-guerra, o material evoca o nome de André Bazin como uma das grandes referências estéticas do momento moderno julgando necessária uma volta aos escritos do basilar teórico francês, ao qual poucos propõem estudos – seja este crítico um jornalista, seja ele um pensador, um estudioso, ou um cinéfilo. Importa ao estudo a relação dele com um ambiente acadêmico de seu tempo que já considerava a tela cinematográfica como produtora de uma história, de costumes, de hábitos, de culturas. Tratando com particularidades teóricas e comuns aos conceitos ilustrados pelo crítico, surge o pensador como espelho geral de uma fenomenologia francesa, Merleau-Ponty, amarrando aquilo que se tratava de uma orquestração do efeito cinematográfico percebido diante do público ainda ingênuo. Não por acaso se vê uma lacuna teórica, pois tal panorama de estudos do audiovisual vem a ser elaborado após as chamadas vanguardas francesas, aquelas que instituíram a arte audiovisual. A ideia central da política, ao contrário, ou ideologia atrelada à última fenomenologia e ao olhar moderno ainda se entoa difusa e inacabada. Contudo, a tela de cinema, a imagem e sua percepção estão no ponto máximo de suas pesquisas atualmente por termos essa história francesa a nosso favor – um alento para o campo de estudos da comunicação, credor da ciência política e sociologia, mas devedor no ramo da estética.
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