O presente texto focaliza-se na música sinfônica, especialmente o gênero “missa”, também conhecido como “música sacra” ou “música litúrgica”. O processo de autonomia da música deflagrou tensões com a Igreja Católica Romana no que diz respeito ao processo de musicar o texto da missa eclesiástica. Já não devendo satisfações à Igreja, os compositores trouxeram as palavras da missa para o âmbito de domínio geral da música. A relação, portanto, se inverteu: agora o texto da liturgia é que serve à música, e não o oposto. O texto não é uma apologia ao rito cristão. Se há alguma “apologia” aqui, é em prol da música enquanto linguagem própria, expressão artística anterior a qualquer instituição religiosa ou a qualquer discurso teológico que se apresente como metanarrativa determinada por forças superiores, sejam elas “Deus”, “Igreja” ou “Estado”.
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