Ainda permanecem na história de Sergipe, principalmente da capital Aracaju, muitas interrogações sobre o que aconteceu com os antigos escravos e seus descendentes logo depois da abolição do cativeiro em 13 de maio de 1888 com a assinatura da Lei Áurea. Para outras localidades do Brasil, com a criação do campo específico sobre o pós-abolição, tal discussão vem atraindo pesquisadores, revisando antigas proposições e impulsionando novos estudos de modo a contribuir para configuração de um quadro promissor. O objetivo desse livro, por meio da história social, principalmente do referencial teórico desenvolvido por E. P. Thompson (1997; 1998; 2001), é trazer o referido debate para o contexto histórico de Sergipe, identificando e analisando trajetórias individuais e coletivas dos antigos escravizados e seus descendentes, as expectativas em torno da liberdade, as luta pela ampliação de direitos, as formas de recepção e comemoração da boa nova da abolição, incluindo as relações sociais desenvolvidas por essas personagens no cenário sergipano no final do século XIX. Para tanto, consultamos diversos documentos judiciais (processos criminais, apelação criminal, ação de despejo, etc.), jornais sergipanos do período, mapas, censos, correspondências, romances, crônicas e livros de memória.
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